domingo, 11 de agosto de 2013

          


O Metal é o estilo de música mais versátil e abrangente de todos, e isso não é novidade pra ninguém. São infinitas as possibilidades que os músicos possuem para criar as suas composições e letras. Não há limites para a criatividade humana quando se trata de música, no caso aqui, Metal, mas vamos ampliar essa visão acrescentando um outro estilo tão abrangente quanto o Metal, a Música Clássica (ou erudita).

A Música Clássica, assim como o Metal, possui infinitas possibilidades de composições. A fusão desses dois estilos é simplesmente fantástica e possibilita a criação de músicas geniais. Além disso, essa fusão faz com as composições ganhem um requinte e glamour que só são possíveis graças à ambientação que a Música Clássica proporciona. Composições cheias de sentimentos são marca registrada da música erudita (clássica).

O estilo “Metal Neoclássico” surgiu na década de 70 e foi ele que iniciou a fusão dos dois estilos. Foi Ritchie Blackmore, guitarrista do Deep Purple, que através da sua paixão pela música erudita fundou o Rainbow. Nos idos da década de 80, o gênio Yngwie Malmsteen foi responsável por levar o estilo a um outro nível criando as suas composições tendo como ponto de partida a Música Clássica ao invés do Heavy Metal.

Na primeira metade da década de 90 enfim surgiu o Symphonic Metal, onde a influência da música erudita é mais do que clara. Composições épicas e grandiosas surgiram com o estilo. Os pioneiros nessa linha foram Rhapsody, Rage, Therion e Haggard. Hoje praticamente não existe mais essa divisão porque quase todos os subgêneros do Metal fazem uso de elementos sinfônicos. É comum ouvirmos hoje uma banda de Metal extremo misturado com Folk e com fortes elementos sinfônicos. A versatilidade com que os músicos trabalham nos dias de hoje permite uma infinidade de possibilidades que só é possível nessa incrível vertente da música da qual tanto nos orgulhamos e amamos.

Vamos falar agora de algumas bandas que fizeram história e outras um tanto quanto desconhecidas do grande público, mas que merecem total atenção por serem grandes promessas de música de alta qualidade e criatividade extrema.


Therion

Na década de 80, mas precisamente em 1987, surgiu em Estocolmo, na Suécia, uma das bandas que mais representariam o cenário da fusão Metal e música erudita, o Therion. A banda começou com o nome de Blitzkrieg e fazia um Thrash Metal influenciado por bandas como Celtic Frost, Venom, Metallica, Motorhead e Slayer. Mais tarde mudariam o nome da banda para Megatherion, que logo seria substituído somente por Therion por influência do álbum To Mega Therion (1995), do Celtic Frost. Então o som da banda evoluiu para o Death Metal. Depois de praticamente se desmantelar por completo, a banda volta em 1993 e começa a experimentar a mistura de elementos sinfônicos ao seu Death Metal, misturando também música árabe, industrial e o Heavy Metal oitentista. Em 1995, a banda mostrava que era esse o caminho que seria seguido e lança o The Beauty in Black, com composições totalmente orquestradas e cantos de ópera feitos por sopranos. Em 1996, a banda lança aquele que seria considerado o melhor álbum de “Heavy Metal” do ano, o álbum Theli, em conjunto com a Orquestra Sinfônica de Barmbek e dois corais completos. Depois de mais alguns álbuns lançados, chega em 2007 o que pode ser considerado por muitos um divisor de águas por misturar elementos de Metal Progressivo, o álbum Gothic Kabbalah. A banda lançou mais dois álbuns, um em 2010 e outro em 2012 e esse ano lançou um EP. A atmosfera e ambientação que a banda consegue transmitir através de suas composições fantásticas e letras inspiradas em mitologia, ocultismo e regiões pagãs é sem dúvida alguma, atrativo para diversos públicos distintos que buscam ouvir algo feito de forma competente e inteligente e claro, sem perder o peso e harmonia dos quais eles são famosos. A banda teve algumas mudanças na formação e no estilo do som, mas a música erudita está enraizada e provavelmente jamais sairá do foco da banda.




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Haggard

Em 1989 surge em Munique, Alemanha, a banda Haggard. No começo a sonoridade da banda era agressiva se aproximando do Death Metal e ao mesmo tempo tinha elementos de Doom Metal. Em 1995 a banda lança a demo Once... Upon a December's Dawn onde já se notava a inclusão da instrumentação clássica além de elementos característicos do Metal tradicional, da música Folk e da música medieval. O debut da banda, And Thou Shalt Trust... theSeer, só é lançado 1997 e registra definitivamente os novos rumos sinfônicos que a banda adotou. Depois disso a banda lança mais dois álbuns, um em 2000 e outro em 2004. Finalmente em 2008 a banda lança o seu último álbum de estúdio e que pode ser considerado o seu maior trabalho até o momento. Contando com 29 músicos (20 da formação da própria banda e mais 9 convidados) o Haggar entrou de vez para a história não só do metal como da música como um todo. Com suas letras inspiradas na História, na Astrologia e na Astronomia e mais recentemente em fantasia, as suas composições se tornam verdadeiras óperas épicas misturadas com o peso do bom e velho Heavy Metal. Enfim, se você curte Metal ou música erudita, ou curte a mistura dos dois, o Haggard é uma ótima escolha.




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Apocalyptica

Em 1993 nasceu uma surpresa. A banda Apocalyptica surgiu em Helsinki, na Finlândia, e viria a se tornar uma das bandas mais expressivas no mundo do Metal sinfônico. Conhecidos como os “reis do violoncelo”, originalmente eles apenas faziam covers do Metallica. Até 1998 esse era o objetivo principal da banda. No mesmo ano eles lançam o primeiro álbum que não fazia menção apenas ao Metallica e trazia covers do Faith No More, Pantera e Sepultura. Sete anos depois eles lançam um álbum com apenas composições próprias (todas instrumentais) e seguem na mesma linha nos álbuns subsequentes, priorizando sempre o seu instrumental grandioso e clássico com apenas algumas músicas cantadas. Essa é uma banda pra quem realmente curte música erudita e não se prende somente ao Metal, até porque não existem muitas características do estilo nas suas composições.




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Epica

Em 2002 foi formada por Mark Jansen (depois da saída dele do After Forever) e Simone Simons a banda Sahara Dust que logo viria a se tornar a hoje tão conhecida e famosa, Epica. O motivo da saída de Jansen do After Forever foi justamente porque a banda estava seguindo um caminho que ele não queria. Ele desejava que a banda seguisse um rumo mais sinfônico e foi pensando nisso que ele chamou a então namorada dele na época, Simone, e fundou o Sahara Dust. Depois de lançarem a demo Cry For the Moon, a banda mudou o nome para Epica inspirado no álbum homônimo do Kamelot, de quem praticamente todos os integrantes eram fãs. Em 2005 a banda lança o álbum Consign to Oblivion que foi baseado na cultura Maia, claro, nunca perdendo os elementos sinfônicos que são marca registrada da banda. A harmonia com que as composições são feitas, os vocais intercalados da Simone (limpo) e do Jansen (gutural) somados aos corais que são muito utilizados tornaram a banda o símbolo de Metal sinfônico que é hoje. Sempre com temas inspirados na cultura e lendas dos Maias, além de letras sobre tristeza, agonia e amor, aliadas à composições ultra orquestradas, o Epica sem sombra de dúvida ficará na mente dos fãs tanto de Metal quanto de música erudita, pra sempre.




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Carach Angren

Em 2003 surgiu em Limburg e Landgraaf, na Holanda, uma banda de Black Metal sinfônico totalmente diferente de tudo que já tínhamos ouvido até essa data. Ao contrário das demais bandas do estilo que se remetem principalmente ao satanismo como inspiração para suas letras, a banda consegue fugir à regra (majestosamente) e faz um som com uma ambientação macabra e assustadora e ao mesmo tempo mergulhado na música erudita. Até agora a banda só lançou três álbuns de estúdio e cada um deles é uma história fechada. As músicas não tem refrãos e nada é repetido nas composições, nem mesmo uma palavra é usada duas vezes pra significar a mesma coisa. A banda só lança o seu debut em 2008, intitulado Lammendam (uma donzela de branco), sempre com o seu clima de terror característico, você não consegue parar de ouvir até saber o fim da estória na última música. Em 2010 a banda lança seu segundo álbum, intitulado Death Came Through a Phantom Ship, que na minha opinião é o melhor deles. O álbum conta a estória do “O Holandês Voador” e mistura isso com outras lendas de fantasmas, o que deixa o álbum com um ar totalmente macabro. Tudo com um instrumental orquestrado magnífico e que não deixa nada a desejar. É incrível como essa banda pode ser tão desconhecida. Em 2012 a banda lança o seu terceiro álbum, intitulado Where the Corpses Sink Forever que leva todos a uma viagem de volta à Segunda Guerra Mundial, contando a estória de um soldado que mata alguns prisioneiros e depois começar a ter visões fantasmagóricas. Enfim, todas as músicas da banda são feitas em cima de grandes composições orquestradas, o que deixa tudo com um ar mais sombrio ainda. Um dia espero que essa banda tenha o seu merecido reconhecimento.




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Whispering Woods

Em 2008, em Cluj-Napoca, na Romênia, surge a banda Whispering Woods com a ideia de fazer um som gótico e ao mesmo tempo sinfônico. Em 2010 eles tiveram a ideia de um álbum conceitual que se centrasse em um mundo de fantasia, e tudo feito com muito instrumental clássico, aliado aos vocais líricos das duas vocalistas. A banda conta ainda com a flautista Catalina Popa, integrante também do Haggard. A atmosfera que a banda cria mesclando a música erudita, com as suas letras inspiradas em contos e lendas envolvendo florestas e a natureza como um todo, é simplesmente fantástica e agrada todo bom fã de Metal sinfônico.




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Mayan

Em 2010 surgiu das mãos de Mark Jansen, Jack Driessen e Sander Gommans (ambos ex-After Forever) uma das minhas bandas favoritas, o Mayan (nome dado à banda por causa da paixão de Jansen pela cultura Maia). A ideia deles era a de fazer um Death Metal com muito peso e técnica mesclado com arranjos sinfônicos que são a marca de Jansen. Bem, não existe muita coisa pra se falar sobre essa banda porque eles possuem apenas um álbum, intitulado Quarterpast, que convenhamos, é fantástico. Política, ganância e religião são os temas abordados pela banda nas suas canções regadas a altas doses de arranjos orquestrados, o que deixa as músicas com um ar imponente.




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Bem, existem centenas de bandas de todos os subgêneros que fazem uso de arranjos orquestrados e outras que até mesmo possuem as suas próprias orquestras e seria impossível colocar todas aqui. Tentei falar sobre algumas mais conhecidas e outras nem tanto, mas que são tão competentes quanto. Enfim, para todos os interessados, eu aconselho a procurarem ouvir bandas como Gloryhammer (Symphonic Power Metal), Brymir (Symphonic/Melodic Death/Pagan Metal), Sons of Seasons (Progressive Symphonic Metal), Mortemia (Symphonic Gothic Metal), Sound Storm (Symphonic Epic Metal), Enthring (Symphonic Death/Viking Metal) e Christopher Lee (Symphonic Heavy/Power Metal). Essas são algumas das minhas sugestões.


Aqui vai uma pequena homenagem aos mestres que tornaram tudo isso possível.


Espero que tenham gostado. Até mais, galera.

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1 comentários:

  1. Vc é fodahhh ❤ o carinho e a dedicação com que vc escreve os seus posts são o que mais encantam ❤ muuuuiiiituuuuu obrigada

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