segunda-feira, 14 de janeiro de 2013




 E o post de hoje é sobre manter a pose.

   Por mais que eu reflita, eu não consigo entender o fato de cada vez mais as pessoas gostarem de produções musicais passivas, pretensiosas e cheias de afetação. Há por aí uma doença se espalhando levando as pessoas a consumirem sem questionar produtos que não passam de um completo embuste. Uma falcatrua óbvia. Óbvia! “Só os profetas enxergam o óbvio” dizia Nelson Rodrigues sobre coisas que pairam ululando bem debaixo do nosso nariz. Tão debaixo que não conseguimos ver e passamos incólumes com uma superioridade imbecil.

   Thiago Pethit, For Fun, Tiê, Interpol, Lana Del Rey, Sabonetes no Circo (hein?) e muitos outros que desembocam em uma lista de horrores da música. Eu vejo conhecidos se entregando aos montes a essa grande patuscada comercial. Produções passivas, como eu disse, pois não se comprometem com a elaboração de um produto consistente e inovador. Pretensiosas porque querem passar uma imagem de erudição ou gosto refinado que de forma alguma existe. Jovenzinhos barbudos com vestimentas vintage? Profundos estudiosos (sic) do cinema clássico? Já ouvi isso onde mesmo? Afetação sim, pois toda a proposta que suas mascaras prometem simplesmente não existem, e as pessoas continuam a cair nessas armadilhas.

   Estou farto desses jovens pretensiosos e suas bandas igualmente pretensiosas. Pessoas de conhecimentos “wikipédico” e seus instrutores vloggers. Criticam a tv por ser um instrumento alienante mas trocam seis por meia dúzia ao ficarem consumindo essas baboseiras espalhadas por malucos vlogueiros.
 Tem gente que engole tudo o que dizem por aí.
   O rock não escapa disso também, vide as diversas bandas de indie rock que surgem por aí todas cheias de pose e seus fãs também cheios de pose.

   É preciso educar-se! É. Talvez seja isso mesmo. Com o facebook fica muito fácil curtir a página do Salvador Dali e sair dizendo que é admirador das artes surreais. Mas o tutano de base que é bom a maioria não tem. Ler sobre vida e obra do Dali a pessoa não faz. No máximo assiste cinco minutos de um vídeo sobre Dali de algum vlogueiro por aí. E isso pode acabar se estendendo ao mundo da música, e os fãs acabam vivendo a partir da pose da sua banda preferida.

   Mas é isso aí, toda geração tem o embuste que merece.

DMCA.com

5 comentários:

  1. Infelizmente, tá na moda ser "underground" hoje em dia uhashuau. Ótimo post, Neander!

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  2. Underground é outra coisa, isso se chama modismo. Até ser nerd virou moda, visualmente falando...

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  3. Muito bem colocado o seu texto, porém não é de hoje que música e visual são comerciais, há muito tempo isso acontece, assim como há muito tempo e repetidamente,principalmente a cada década, pessoas criticam a juventude e seus gostos dizendo que são pretensiosos. A juventude é feita de modismos assim como os críticos à ela também são!

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  4. Bacana o texto, penso da mesma forma.Se virou moda estão dentro. Criticar ta na moda, vamos lá falar que a tv deixa o povo alienado, mas amam memes cretinos e óbvios. Olham The big bang theory e jogam mario, halo etc etc e se consideram nerds e ateus. Entre tantos outros exemplos por ae...

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  5. É preciso observar também que pelos idos de 1800 Ludwig Van Beethoven teve seu modo de fazer música criticado pelos eruditos da época. Por ser longo demais, ou por outros motivos. Concordo com vocês Caroline e Sophie que toda geração tem seus personagens guardados e repetidos. Porém, ainda sim nessa linha do tempo há uma perda gradativa da qualidade musical. Em vez de haver críticas voltadas para música classica temos criticas ao... emo? breganejo universitário?

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