terça-feira, 27 de agosto de 2013


O querido dos colecionadores está de volta em um mundo cada vez mais digital. Os discos de vinil estão retornando ao mercado e colaborando com o aumento da venda de toca discos e agulhas. Hoje, os bolachões convivem ao lado de CDs, dividindo espaços em livrarias. Talvez ficando na moda, novamente. Quem sabe?

Ele quase entrou em extinção na virada para o século XXI, mas, para a alegria de muitos, se mantém vivo. De acordo com a revista Modern Times, o retorno “é fruto da iniciativa de DJs e apoiada pelo público interessado em experiências mais 'quentes' e profundas com a música 'disponível em formato analógico'”. O som digital surgiu prometendo garantir aos LPs uma aposentadoria, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Várias bandas já lançaram e relançaram seus álbuns em vinil. Sejam eles comemorativos ou não, tiveram o luxo de ganhar uma versão em Long Play. Também vale lembrar que os LPs nunca deixaram de existir, sempre estiveram na mira de colecionadores, que dão às bolachas o título de campeã no quesito qualidade sonora. De fato, a qualidade de um MP3, por exemplo, é inferior quando comparada a de um vinil, principalmente se for levantada a questão da portabilidade.

Em um mundo onde segundos são preciosos, muitos não se prendem ao sagrado ritual de ir até uma loja, procurar um disco, voltar para casa, colocá-lo no prato e ouvir prazeirosamente. É mais fácil fazer o download de uma música e deixar no computador até enjoar. Depois basta descartar o arquivo, é simples. É uma prática extremamente comum, principalmente entre os mais jovens, que já nasceram inseridos no contexto da “facilidade”, onde 4shareds e Youtubes da vida estão aí para disponibilizar músicas a qualquer hora e em qualquer lugar.

A pergunta que fica é: o vinil vai voltar com tudo e reconquistar seu espaço, que foi tomado pelos CDs? Creio que não. Duvido muito que haja uma revolução. Enxergo a situação como improvável, tendo em vista que o vinil é um produto muito segmentado, que atende basicamente a um determinado grupo, que, em sua maior parte, é composto por pessoas que viveram a época do boom dos LPs ou por quem, assim como eu, gostaria de ter vivido a magia de ver um disco girando sob uma agulha enquanto a trilha sonora de sua vida se propaga pelo ar.

Os bolachões carregam consigo um aspecto de fetiche, quem ouve, precisa se preparar para fazê-lo. Eles não são como um arquivo em MP3, que pode ser carregado para diferentes lugares em pen drives e celulares, podendo, desta forma, ser ouvidos em movimento. O vinil exige que a pessoa pare em determinado lugar para poder escutar as músicas e que esteja em contato direto com o aparelho. Outro ponto que merece destaque é o preço. O produto, de certa forma, se limita a um nicho de apreciadores que estão dispostos a pagar caro pelos discos de seus artistas favoritos. A saída para o problema está nos sebos, é possível encontrar material em ótima qualidade a preços muito mais baixos, é sempre uma boa opção.

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