O querido dos
colecionadores está de volta em um mundo cada vez mais
digital. Os discos de vinil estão retornando ao mercado e
colaborando com o aumento da venda de toca discos e agulhas. Hoje, os
bolachões convivem ao lado de CDs, dividindo espaços em
livrarias. Talvez ficando na moda, novamente. Quem sabe?
Ele quase entrou em
extinção na virada para o século XXI, mas, para
a alegria de muitos, se mantém vivo. De acordo com a revista
Modern Times, o retorno “é fruto da iniciativa de DJs e
apoiada pelo público interessado em experiências mais
'quentes' e profundas com a música 'disponível em
formato analógico'”. O som digital surgiu prometendo garantir aos LPs uma aposentadoria, mas não foi
exatamente isso que aconteceu.
Várias bandas já
lançaram e relançaram seus álbuns em vinil.
Sejam eles comemorativos ou não, tiveram o luxo de ganhar uma
versão em Long Play. Também vale lembrar que os LPs
nunca deixaram de existir, sempre estiveram na mira de
colecionadores, que dão às bolachas o título de
campeã no quesito qualidade sonora. De fato, a qualidade de um MP3, por exemplo, é inferior quando comparada a de um vinil,
principalmente se for levantada a questão da portabilidade.
Em um mundo onde
segundos são preciosos, muitos não se prendem ao
sagrado ritual de ir até uma loja, procurar um disco, voltar para casa,
colocá-lo no prato e ouvir prazeirosamente. É mais
fácil fazer o download de uma música e deixar no
computador até enjoar. Depois basta descartar o arquivo, é
simples. É uma prática extremamente comum,
principalmente entre os mais jovens, que já nasceram inseridos
no contexto da “facilidade”, onde 4shareds e Youtubes da vida
estão aí para disponibilizar músicas a qualquer
hora e em qualquer lugar.
A pergunta que fica é:
o vinil vai voltar com tudo e reconquistar seu espaço, que foi
tomado pelos CDs?
Creio que não. Duvido muito que haja uma revolução.
Enxergo a situação como improvável, tendo em
vista que o vinil é um produto muito segmentado, que atende
basicamente a um determinado grupo, que, em sua maior parte, é
composto por pessoas que viveram a época do boom dos LPs ou
por quem, assim como eu, gostaria de ter vivido a magia de ver um
disco girando sob uma agulha enquanto a trilha sonora de sua vida se
propaga pelo ar.
Os bolachões
carregam consigo um aspecto de fetiche, quem ouve, precisa se
preparar para fazê-lo. Eles não são como um
arquivo em MP3, que pode ser carregado para diferentes lugares em pen
drives e celulares, podendo, desta forma, ser ouvidos em movimento. O
vinil exige que a pessoa pare em determinado lugar para poder escutar
as músicas e que esteja em contato direto com o aparelho. Outro ponto que
merece destaque é o preço. O produto, de certa forma,
se limita a um nicho de apreciadores que estão dispostos a
pagar caro pelos discos de seus artistas favoritos. A saída
para o problema está nos sebos, é possível
encontrar material em ótima qualidade a preços muito
mais baixos, é sempre uma boa opção.