quarta-feira, 15 de maio de 2013

Imagina a cena: um vocalista se recusa a cantar em um show, é expulso da banda pelos outros membros e é substituído pelo motorista. Dificilmente a gente imaginaria que isso daria certo, mas isso funcionou com o AC/DC. Nessa época o lendário Bon Scott assumia o microfone da banda australiana no lugar de Dave Evans.























Mas Bon Scott não era um mero motorista qualquer, que de uma hora para a outra foi colocado como vocalista de uma das grandes bandas da história do rock; ele era uma pessoa com experiência musical. Em 1956, quando tinha apenas 10 anos, Bon já fazia parte de uma banda, que se chamava Fremantle Scots Pipe Band. Na época ele tinha aprendido a tocar bateria. Porém, Bon teve que deixar a escola aos 15 anos e passou um curto período em reclusão na prisão de avaliação de Fremantle e mais nove meses na instituição juvenil "Riverbank".  Isso aconteceu porque Bon foi relatado passando nome e endereço falso a polícia, depois de ter escapado da custódia legal, participado de brigas e roubado 12 litros de gasolina. Bon tentou entrar para o Exército Australiano, mas foi rejeitado por ser considerado "socialmente desajustado".

Após esse período conturbado, Bon Scott chegou a trabalhar como carteiro, garçom e empacotador de caminhão. Ao mesmo tempo, dava início a sua carreira musical. Participou da banda The Spektors em 1964, como baterista e vocalista ocasional. Dois anos depois a banda se juntou com outra, que se chamava The Winstons e surgia aí The Valentines, grupo este no qual Bon Scott foi co-vocalista, juntamente com Vince Lovegrove. os Valentines fizeram sucesso nessa época, gravaram algumas músicas compostas pelo músico George Young, da banda Easybeats, uma delas foi Every Day I Have To Cry que chegou ao Top 5 da região.

Bon Scott na banda Fraternity

Em 1970 a banda lançou a música Juliette que chegou ao top 30 nacional e esse acabou sendo o último sucesso do grupo que se separou por conta de diferenças musicais e também por conta das drogas. Nesse mesmo ano, Bon se mudou para Adelaide e assumiu a posição de vocalista na banda Fraternity, de rock progressivo. Lançaram dois LP's: Livestock e Flaming Galah. Logo depois, a banda que passou a se chamar Fang, fez uma turnêe no Reino Unido que teve a participação das bandas "Status Quo" e "Geordie". Essa última tinha como vocalista, Brian Johnson, atual vocalista do AC/DC.

Ainda na década de 70, Bon Scott participou de outra banda, chamada Mount Lofty Rangers, que tinha em sua composição, ex-membros da Fraternity. Porém ao sair de um ensaio, Bon sofreu um acidente de moto que o deixou com ferimentos graves e após esse episódio resolveu sair da banda.

No ano seguinte, em 1974, Bon começou a trabalhar como motorista em Adelaide e foi nesse ano que teve seu primeiro contato com o pessoal do AC/DC, que estavam em uma turnê (na época a banda estava em início de carreira). Bon se tornou motorista da banda e havia manifestado o interesse de fazer parte dela como baterista. Porém os integrantes do AC/DC disseram que não precisavam de um baterista, e sim de um vocalista, já que Dave Evans, o atual, não estava agradando por possuir um estilo diferente, mais Glam Rock. O AC/DC nessa época tinha os irmãos Young nas guitarras, Tony Current na bateria e George Young como baixista temporário. Tony seria substituído por Phil Rudd e Mark Evans foi efetivado como baixista permanente durante o período em que gravaram o primeiro álbum. Logo mais tarde, Cliff Edwards assumiria o baixo.

A MORTE:


Depois de seis anos de sucesso como vocalista do AC/DC, a vida de Bon Scott chega ao fim, tendo ele apenas 33 anos. Na noite de 19 de fevereiro de 1980, Bon participava de uma bebedeira em um bar londrino chamado The Music Machine, quando desmaiou e foi colocado em um carro de um conhecido. O dono do carro o encontrou no dia seguinte desacordado o levou a um hospital, mas o músico já estava morto. A causa oficial foi declarada como "intoxicação alcoólica aguda" e "morte por descuido". Bon teria se asfixiado com o próprio vômito.

Os integrantes do AC/DC pensaram em abandonar a carreira, e decidiram que Bon iria gostar que eles continuassem. Inclusive a mãe de Bon Scott incentivou os músicos a seguirem tocando, pois disse que era a única maneira correta de lembrar de seu filho e companheiro de banda. O vocalista Brian Johnson foi recrutado e o AC/DC gravou o álbum Back in Black em homenagem a Bon. Ozzy Osbourne também homenageou o músico gravando a música Suicide Solution, conhecida por conter supostas mensagens subliminares sobre suicídio, mas Ozzy ressaltou que a música é realmente em homenagem ao ex-vocalista do AC/DC.


AC/DC - Let There Be Rock (1977)

FONTES: 

Seguidores