segunda-feira, 8 de abril de 2013


"Lollapalooza aconteceu em um brejo é? Quanto tú pagou nisso?"

   Por falar demais, as vezes alguma asneira sai da nossa boca, e nem ao menos nos damos conta. Eu já não sei se o inverno do meu tempo chegou precocemente e eu venho me tornando cada vez mais ranzinza, ou se de fato grandes eventos no Brasil são uma grande furada.

   Lollapalooza se foi e os incautos jovens padawans (fãs) aguardam agora pelo Rock in Rio. É nesse momento que eu percebo que não ir ao evento me fará mais bem que mal, mesmo com o Black Sabbath, Slayer, e uma penca de outras bandas da qual eu admiro o trabalho confirmados. E porque? Simplesmente pelo fato de eu não querer assistir show pelo telão. Se assim for, minha casa é muito mais confortável, e não estarei sujeito a roubo, empurra-empurra, e fãs retardados. E eu posso falar com a reputação de alguém que já comprou o “rock in rio card” meia entrada nos idos de 2011, e preferiu perder o dinheiro a ir ao evento. Sim, eu fiz isso mesmo!
"-Mestre, mal posso esperar pelo Rock in Rio depois dessa bosta de Lolla!
-Acalme-se jovem padawan. Vai ser a mesma MERDA!"

   A decisão surgiu quando comecei a comparar antigos grandes eventos que já aconteceram com os atuais, e me parece que nenhuma foge do padrão. Filas imensa pra se fazer qualquer tipo de coisa. Tem fila até pra espirrar. Arrastões. Cerveja quente, comida não identificável. Além do fato de você estar cercado por milhares de pessoas longe de civilizadas. E o pior embuste de todos, que é se utilizar do nome das boas bandas que fazem boas apresentações para dizer que o evento foi bem organizado. Não. Ainda prefiro o sofá de casa. Megaeventos, pelo menos aqui no Brasil, ainda não funcionam.

   Posso estar sendo muito exigente, porém, nada melhor que observar de perto os dedos de seus ídolos percorrendo o braço da guitarra. Ver de perto cada toque da baqueta na pele dos tons, caixa e pratos de uma bateria. Aqueles perdigotos sutis do vocalista que sem querer vem na sua cara. E eu não estou falando de showzinho de bandinha cover.

   É nesse momento que vocês me perguntariam: “Poxa. Então quando é que você terá a oportunidade de... sei lá... ver Metallica tão perto assim como você disse?” Ora, maganão. Nunca terei. Porém eu deixo a histeria pra fãs patetas, e me recuso assistir pelo telão a apresentação desses caras. Sou apenas um admirador do trabalho das bandas que eu gosto, e isso significa que por mais que eu goste do som que alguém produz, não venderia minha alma ao diabo por uma palheta ou baqueta jogados pra mim em um show.

   “Então você quer dizer que é melhor eu não ir?” Não! Vá sim. Principalmente se você for marinheiro de primeira viajem e ainda possui o inocente espírito jovem que deseja explorar the dark side of the gigs. Vá a quantos puder, e vá percebendo padrões e vá se cansando... e seja menos fã!

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