quinta-feira, 4 de abril de 2013

Nosso colunista Neander Mathias já fez vários posts analisando minunciosamente o panorama dos cenários musicais da atualidade e eu, neste post, venho reforçar o debate mostrando como a falta de criatividade afetou o cenário musical dos tempos atuais. Hoje tem muitas bandas que lembram outras bandas, muitos casos de plágios musicais e muitos músicos usam as influências musicais do grupo para justificarem suas atitudes.

Paul - 'Well', chega de jornal por hoje!
John - Temos que morrer logo, George!

Porém eu não estou querendo dizer que as bandas não deveriam ser influenciadas por outras precedentes. Se defendesse isso, não teria criado esse blog, até porque a diversidade do rock se construiu através da continuidade que os estilos musicais tiveram. O blues, (saiba mais clicando aqui) por exemplo, é um dos mais antigos estilos musicais que deram origem ao rock, e até os tempos atuais tem sobrevivido, seja reproduzindo grandes sucessos antigos, seja com as novas composições... a história desse gênero persiste assim como outros estilos musicais, como o punk, o metal e seus derivados, o hard rock, entre outros. Mas influência musical é uma coisa, repetir estilo é outra.

Nas últimas décadas, se a gente observar bem, a música ficou bem estereotipada. Os "novos" grupos que surgem, em sua maioria, tem preferido repetir as mesmas fórmulas que tiveram sucesso nas décadas anteriores, em tempos áureos do rock. No pop também não é muito diferente. O que tem de cantora nova surgindo, tentando imitar o modelo Madonna de fazer música... é uma coisa absurda! Pouca coisa nova foi acrescentada ao cenário musical recente e o rock tem vivido muito do passado.

Quando comecei a escrever esse post, tinha começado a ler um livro muito interessante chamado Ética na Comunicação, e por coincidência,  um dos autores falava dessa falta de originalidade atual, no primeiro capítulo. Segundo Emmanuel Carneiro Leão, a sociedade atual está vivendo uma grande crise da ética em tempos em que as pessoas se acham no direito de se colocar na posição de vítima, sentindo-se injustiçados quando tomam alguma atitude reprovável. A sensação é a de que praticamente perderam-se todos os limites, já que por mais que as atitudes sejam erradas, não há a culpa do autor, pois é tudo permitido hoje em dia. As leis tem brechas e os indivíduos acham que são livres e estão acima de tudo.

Um dos fatores que o autor utiliza como justificativa, que até é válida, é que com o progresso da técnica, com o avanço da tecnologia, a ética fica enfraquecida. Podemos comprovar isso porque já vimos barbaridades dos mais diversos tipos de intensidade ocorrerem pelos ambientes digitais. Um exemplo disso é que quando alguém resolve criar uma tecnologia inovadora, a gente gente pensa o pior também, não é? "- Ah, isso pode ser bom porque vai melhorar tal aspecto, mas também pode dar brechas para as pessoas se aproveitarem negativamente".

Com relação à situação dos plágios musicais, que nós costumamos relatar também em nosso quadro Coincidências Musicais, essa prática tem se tornado comum porque a sociedade tem se massificado cada vez mais. E o grande erro que muitos músicos comentem, às vezes até inconscientemente, é repetir um mesmo padrão musical que já existe. Mas também tem as bandas mais comerciais, muitas do pop rock que não tem nada a perder e resolvem compor músicas para determinados grupinhos sociais. E essas bandas apesar de terem composições tecnicamente fracas, realizam um investimento massivo para fazer a famosa lavagem cerebral no público. Dessa forma surgem os fãs acéfalos que o Neander citou nos posts da sessão Todo fã é um pateta.

Realmente falta muita originalidade para o cenário musical atual e hoje em dia a ideia de trabalhar para a massa já está começando a perder a força, pois inclusive no ambiente publicitário passou-se a valorizar mais o indivíduo em detrimento da massa. Na música isso também deve ser levado em consideração e para que o rock siga evoluindo, é necessário um conhecimento bom da técnica, fazer boas composições (e não copiar!) e procurar inovar cada vez mais ao invés de ficar preso nos mesmos estilos musicais

Rock também se aprende!

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