segunda-feira, 25 de março de 2013


   Durante algum tempo eu venho criticando, tanto positivamente quanto negativamente de forma horizontal o cenário do rock and roll nacional. As vezes há um show de bestialidades e asneiras, assim como também há o nosso colírio cotidiano. E hoje vou comentar sobre um documentário que se tornou para mim um colírio. Não é novo, e muitos de vocês já conhecem. Guidable: A verdadeira história dos Ratos de Porão.

   Eu curto Ratos há algum tempo, mas não tinha ouvido até então toda a discografia, muito embora eu soubesse do peso do nome dessa galera e a importância do grupo. É como saber que um diamante é valioso, porém nunca ter procurado olhar um deles de perto.

   Peguei pra assistir essa porrada desse documentário e me dei conta de que na verdade eu não manjava nada de Ratos como eu achava que manjava.

   Eu não quero dar uma de crítico de cinema e fazer uma resenha do doc, mas, para além disso, quero fazer uma articulação com as minhas colocações de postagens anteriores e de como algumas tendencias se repetem desde épocas distantes no mundo do rock. E se tratando disso, não posso deixar de comentar que a maior tendencia entre essas é a do mal entendido.

   O movimento punk tem inicio no Brasil sei lá em que época em torno do fim dos anos 70 para inicio dos anos 80, e a única fonte onde poderiam ter acesso as informações sobre bandas seria os jornais, que distorciam tudo que chegava de fora, e os fanzines realizados por fã-clubes, que por sua vez eram baseados nesses jornais. Não deu outra. Jovens como todos os jovens, inconsequentes, mais todos esse conflito de informações da mídia, geraram um cultura de jovens de couro, agressivos e alcoólatras. Em meio a todo esse circo nasce os Ratos, que também possuíam as mesmas caracteríscas. Esse foi um resumo bem rasteiro sobre a perspectiva da época, recomendo assistirem ao doc para flagrarem melhor e mais profundamente do que falo.

   A tomada de consciência desse conflito de informações e idéias só veio aparecer para os integrantes do Ratos quando realizaram sua turnêr e observaram que, no berço do punk, as coisas eram completamente diferentes. E isso me fez pensar no tanto de fãs, babacas - qualidade de todo fã – que deveriam passar por esse despertar e ver que no fundo suas sandices efantasias sobre algo inexistente é apenas motivo de piadas infames para os mais experientes e desiludidos.

   As pessoas simplesmente ignoram coisas como dinheiro, bastidores, e outras influências externas que não somente a artística e ficam cegas. Como uma torcida organizada de time de futebol onde até homicídio é possível.
"Fã histérico."
   E por observações como esta que eu recomendo ao caro amigo(a) leitor, para quem ainda não assistiu, esse documentário foderoso. Ao longo dele você vai tomando insights como este que tive.

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