"Não é bem assim, não, maganão!"
Ontem se iniciou a segunda semana do ano novo, e ainda tenho
que ouvir discursos que em se tratando de novo, não há nada.
De todos os fatos, ou histórias mais controversas que se
ligam ao mundo do rock, com certeza as representações sociais que os outsiders
possuem dos admiradores e dos fãs deste tão peculiar gênero musical, é o
fenômeno que mais pesa como medida para a descrição de nós, apreciadores de uma
bela música.
Faz-se bom alvitre mostrar que por “representações sociais”
eu quero dizer a imagem que as pessoas que não participam desse grupo, os
apreciadores de rock, possuem, ou até mesmo inventam de nós. Imagens como: “Ihh
fulana... Beltrano é roqueiro! Mexe com drogas!” E diversas outras
infelicidades que já tive que ouvir por aí.
Meu motivo de escrever esse post é fruto de uma indignação
que tive ao estar no pc ontem, enquanto a tv transmitia uma entrevista com o
Tremendão Erasmo Carlos, e este por sua vez contava sobre suas incursões
perigosas em aventuras etílicas que o levaram ao vício. Logo um reboliço se deu
na sala de tv e tive que ouvir as sandices que as pessoas jogavam no ar de uma
forma que as palavras vinham como uma flecha direto para meus ouvidos. “Ainda
bem que sempre respeitei pai e mãe. Rock é isso aí. Só dá coisa errada.” E uma
série de outras afirmativas questionáveis.
De andar por aí e ter acumulado na minha linha do tempo
muitos festivais eu sei que, como dizia minha avó “nego não é fácil” e o uso
indiscriminado de drogas acontece. Porém não é só no rock, mas também no
eletro, e nas rodas de samba e no churrasco da família (a não ser se a família
for gospel). Afinal droga não é somente cocaína muito embora esta seja ilícita,
mas também o álcool e o tabaco que figuram o topo da lista de drogas mais
destrutivas.
Há que se observar também que o problema não é o gênero
musical, mas sim a própria característica do ser humano de querer em muitos
casos subverter a ordem das coisas em busca de prazer.
No mundo do Jazz os músicos usavam mais lisérgicos que o
Hendrix, Page e Morrison e toda a galera do psicodélico juntos, e hoje o Jazz é
visto como algo de muito garbo. Logo, com isso, podemos perceber que dizer que
o rock transforma seus admiradores em usuários de droga é um erro de
causalidade grave.
Agora, não sei quais alternativas vocês encontram no
cotidiano para lidar com essas situações desconfortáveis, mas de acordo com
meus estudos sobre representações sociais só podemos mudar isso levando
informações como estas que apresentei, e fazer com que as pessoas enxerguem que
elas cometem na maioria das vezes erros de categorias que nos fazem mijar pelos
olhos.
Ano novo! Vida nada nova assim.