terça-feira, 27 de novembro de 2012



Um misto de balada com um belíssimo solo de guitarra, ópera e hard rock resultou em uma das mais famosas canções da história do rock mundial. “Bohemian Rhapsody” faz parte do álbum “A Night at the Opera” e foi composta em 1975 por Freddie Mercury, que escreveu a maior parte da letra em sua casa em Holland Road, Kensington, na zona oeste de Londres. 


O guitarrista Brian May afirmou que a banda viu o projeto de Mercury para a música como algo intrigante e original, e que merecia ser trabalhado. Disse também que grande parte do material do Queen era escrito no estúdio, mas este já estava na mente de Freddie desde o fim da década de 1960. Ele costumava tocar no piano partes de músicas que estava escrevendo, e uma de suas peças, “The Cowboy Song”, continha trechos como “Mama, just killed a man” que acabaram na versão completa.

As gravações começaram em 21 de agosto de 1975, no Rockfield Studios. Por ser uma música elaborada, foram necessárias várias etapas e a junção foi feita usando a batida da bateria para manter todas as faixas sincronizadas. May, Mercury e Taylor passaram de 10 a 12 horas por dia, continuamente, gravando suas partes vocais. Como os estúdios da épica ofereciam fitas analógicas com apenas 24 canais, foi necessário que os três gravassem a si mesmos muitas vezes e então juntassem tudo em submixagens. Foram utilizadas fitas de até oitava geração. Elas tiveram que ser cortadas com gilete e montadas na sequência correta usando fita adesiva. Todos esses fatores fizeram com que o single de “Bohemian Rhapsody” seja considerado o mais caro já produzido na história da música popular.

Há muita especulação sobre o significado da música, mas Mercury nunca revelou seu verdadeiro sentido, apenas disse que se tratava de relacionamentos. Alguns falam que ela reflete problemas que ele atravessava em sua vida pessoal, outros afirmam que ela apenas conta a vida de um jovem que cometeu um assassinato. Nem os membros da banda tem essa informação, apenas o Freddie sabia o real sentido daquelas palavras. Quando perguntado sobre o assunto, Brian May disse que provavelmente nunca iríamos descobrir e que, mesmo que ele soubesse, não diria, porque, desta forma, tiraria a capacidade e liberdade de cada pessoa se identificar com a canção, prendendo-a a apenas um sentido. De fato, “Bohemian Rhapsody” é um pouco triste e, em alguns momentos, o tom de voz do vocalista parece querer revelar alguma angústia ou raiva. Uma das poucas certezas a respeito do assunto é que a parte na qual cantam “Galileo” foi para o guitarrista que, além de músico, é também astrofísico.


Foram necessárias apenas 3 horas para a gravação do videoclipe, já que o resto das imagens surgiu através de efeitos de lentes. Inovador para a época, ele foi ponto de partida para a popularização da prática de produzir vídeos para acompanhar o lançamento dos singles, assim podendo ser emitidos na TV.


Uma curiosidade bem interessante é que música que tirou “Bohemian Rhapsody” da primeira posição das paradas do Reino Unido foi “Mamma Mia”, do ABBA. Expressão esta que pertence a canção do Queen. Irônico, não? Outra é que os integrantes da banda e muitos fãs se referem ao clássico como “Bo-Rhap”, apenas para encurtar.

Apesar de ter se transformado em um dos hits mais reverenciados da história, algumas reações críticas iniciais foram fracas. Ainda assim, recebeu inúmeros prêmios, tem sido parodiada e interpretada por diversos artistas. Quando foi lançada como single, ficou no topo da UK Singles Chart por nove semanas, vendendo mais de um milhão de cópias até o fim de janeiro de 1976. Também alcançou o topo das listas em outros países como Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Holanda. A revista Rolling Stone a colocou na 163ª posição da sua lista "The 500 Greatest Songs of All Time", e considerou o seu solo de guitarra como o 20º melhor de todos os tempos. Após alcançar o topo da parada britânica duas vezes: em 1975 e depois da morte de Freddie, em 1991, o sucesso foi intitulado como a melhor música pop de todos os tempos, de acordo com uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha, pelo grupo One Poll, com 10 mil britânicos.

"Vou quebrar algumas ilusões — foi apenas uma dessas músicas que escrevi para o álbum: só a escrevi minha porção de músicas. No início eu quase a rejeitei, mas então ela cresceu. Nós começamos a decidir sobre o single apenas depois. Havia algumas outras — pensávamos na 'The Prophets Song' em certo ponto — mas então 'Bohemian Rhapsody' pareceu ser a escolhida. Houve uma época que os outros quiseram abreviá-la um pouco, mas eu recusei. Se fosse ser lançada, seria por completo. Nós sabíamos que seria muito arriscado, mas tínhamos muita confiança na canção — pelo menos eu tinha. Eu senti, apesar de tudo, que se fosse um sucesso ela ganharia muito respeito. Pessoas diziam 'você está brincando, eles nunca a tocarão, você só ouvirá seus primeiros compassos e então ela se apagará'. Eram muitos versos. A EMI ficou chocada — 'um single de 6 minutos? Vocês devem estar brincando!' O mesmo aconteceu na América — 'Oh, vocês deram sorte no Reino Unido.'" Freddie Mercury sobre “Bohemian Rhapsody”.


"O que você prefere: ouvir “Bohemian Rhapsody” ou fazer sexo?"
Aproveitando o post, gostaria de citar uma matéria publicada recentemente pela Rolling Stone. Com o objetivo de descobrir qual é a relação das pessoas com a música, o estudo de um psicólogo constatou que há algo em canções com a melodia intricada, como a do clássico do Queen, que faz com que as pessoas prefiram ouvi-las a fazer sexo. Leia aqui.

O clássico também ganhou uma versão meme:


Para encerrar deixo uma divertida e genial versão dos Muppets:



E o documentário da BBC, vale a pena conferir! 














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