“Ai, cara. Eu não consigo escutar essas músicas antigas. ‘Esses
rock’ de tiozão meu.” Você com certeza já escutou isso de alguém, ou pelo menos
algo parecido. E se já, provavelmente você deve ter ficado sem respostas para copioso
nonsense entre muitas pessoas.
Geralmente essas colocações me faziam ficar pensando em
causas que levam essas pessoas a falarem uma asneira dessas, porque isto de
fato é uma asneira. Se rock sessentista ou setentista é música de tiozão,
imagine música clássica para essas pessoas? Só fossilizados escutam.
São tipos que não conseguem enxergar que a produção de
história é uma constante, e que o império romano não surgiu da noite pro dia
assim como nossas tecnologias atuais também são fruto de um grande período de
desenvolvimento de ferramentas de trabalho. Não é porque Zakk Wylde possui uma
distorção monstro nos dias atuais que Jimi Hendrix em sua época não
impressionava com seu Fuzz Face. Anos 60, pra quem nunca tinha ouvido distorção
isto era novo, pesado e louco.
Esses olhares anacrônicos que as pessoas insistem em lançar
atingem não somente o mundo da música, mas o cinema, por exemplo, é cheio de situações
irrefutáveis de que as pessoas nunca levam em conta o contexto em que o filme
foi produzido, mas meramente o fato de ele não contar com recursos dos nossos
dias.
Estes indivíduos estarão sempre sujeitos as picaretagens
musicais. Bandas que parecem ser muito inovadoras, mas que na verdade
reproduzem algo já feito no passado, Como por exemplo, a fórmula mais recente
dos quartetos de Liverpool que não são os Beatles, mas sim bandas picaretas que
tocam Indie Rock com um som forçadamente “inteligente” com letrinhas de ensino
fundamental. No mundo do metal também temos uma leva de bandas de nome
que parecem ser intocáveis por causa de fãs babacas, mas que produzem um
trabalho copioso e nada inovador. Embora este seja um blog sobre rock, faço questão de citar aqui André Rieu, que é um embuste na música clássica. Na tentativa de tornar a música clássica mais, ahn, pop, ele modifica os arranjos de forma que Mozart pareça mais uma soundtrack de um filme da Disney que música erudita.
Beatles e outras bandas da época inovaram por conta de seus
timbres que davam uma característica peculiar à banda, na inovação de
instrumentos também, formato das apresentações. Atualmente só temos pessoas
tentando reproduzir o que já foi feito e da forma mais pateta possível.
Votar nossa atenção para o passado, em todos os campos é
observar que há estruturas que nunca mudam muito embora exista uma nova
roupagem. Olhar para o passado é construir uma observação crítica que te deixe
atento aos embustes atuais, afinal, todas as gerações possuem o “Menudo” que
merecem.
Em contrapartida existe aquele mentecapto que vive somente
do passado e não consegue enxergar que há um padrão evolutivo no mundo. Não
aceitam que seu estilo se misture com outro, tampouco que a banda sofra
modificações em sua sonoridade. Cuidado com esse tipo de estagnação do
pensamento. Atrofia a massa cinzenta.