segunda-feira, 19 de novembro de 2012



   “Ai, cara. Eu não consigo escutar essas músicas antigas. ‘Esses rock’ de tiozão meu.” Você com certeza já escutou isso de alguém, ou pelo menos algo parecido. E se já, provavelmente você deve ter ficado sem respostas para copioso nonsense entre muitas pessoas.

   Geralmente essas colocações me faziam ficar pensando em causas que levam essas pessoas a falarem uma asneira dessas, porque isto de fato é uma asneira. Se rock sessentista ou setentista é música de tiozão, imagine música clássica para essas pessoas? Só fossilizados escutam.

   São tipos que não conseguem enxergar que a produção de história é uma constante, e que o império romano não surgiu da noite pro dia assim como nossas tecnologias atuais também são fruto de um grande período de desenvolvimento de ferramentas de trabalho. Não é porque Zakk Wylde possui uma distorção monstro nos dias atuais que Jimi Hendrix em sua época não impressionava com seu Fuzz Face. Anos 60, pra quem nunca tinha ouvido distorção isto era novo, pesado e louco.

   Esses olhares anacrônicos que as pessoas insistem em lançar atingem não somente o mundo da música, mas o cinema, por exemplo, é cheio de situações irrefutáveis de que as pessoas nunca levam em conta o contexto em que o filme foi produzido, mas meramente o fato de ele não contar com recursos dos nossos dias.

   Estes indivíduos estarão sempre sujeitos as picaretagens musicais. Bandas que parecem ser muito inovadoras, mas que na verdade reproduzem algo já feito no passado, Como por exemplo, a fórmula mais recente dos quartetos de Liverpool que não são os Beatles, mas sim bandas picaretas que tocam Indie Rock com um som forçadamente “inteligente” com letrinhas de ensino fundamental. No mundo do metal  também temos uma leva de bandas de nome que parecem ser intocáveis por causa de fãs babacas, mas que produzem um trabalho copioso e nada inovador. Embora este seja um blog sobre rock, faço questão de citar aqui André Rieu, que é um embuste na música clássica. Na tentativa de tornar a música clássica mais, ahn, pop, ele modifica os arranjos de forma que Mozart pareça mais uma soundtrack de um filme da Disney que música erudita.

   Beatles e outras bandas da época inovaram por conta de seus timbres que davam uma característica peculiar à banda, na inovação de instrumentos também, formato das apresentações. Atualmente só temos pessoas tentando reproduzir o que já foi feito e da forma mais pateta possível.

   Votar nossa atenção para o passado, em todos os campos é observar que há estruturas que nunca mudam muito embora exista uma nova roupagem. Olhar para o passado é construir uma observação crítica que te deixe atento aos embustes atuais, afinal, todas as gerações possuem o “Menudo” que merecem.

   Em contrapartida existe aquele mentecapto que vive somente do passado e não consegue enxergar que há um padrão evolutivo no mundo. Não aceitam que seu estilo se misture com outro, tampouco que a banda sofra modificações em sua sonoridade. Cuidado com esse tipo de estagnação do pensamento. Atrofia a massa cinzenta.

Seguidores