Acabei de entrar para a
equipe, meu nome é Thaís Monteiro. Sou a nova
colaboradora da Comissão do Rock e hoje vou contar como
descobri o universo tão atraente do rock n' roll.
Sempre gostei muito de
música, mas não tinha um critério de escolha,
apenas ouvia o que era mais acessível: o que tocava em
festinhas, era apresentado por programas de TV e o que fazia parte da
programação das rádios que minha mãe
ouvia, geralmente pop e pagode.
Quando estava com 11,
quase 12 anos de idade e comprei um walkman, que ainda era bastante
utilizado naquela época. O tirei da caixa e não mexi em
nada, apenas peguei as pilhas e o liguei. Estava sintonizado em uma
rádio que, naquele momento, apelidei de “estação
que tocava aquelas músicas de velho”. Era a gloriosa Rádio
Cidade que, infelizmente, não existe mais aqui no Rio de
Janeiro. Por sorte, tive a curiosidade de ouvir, quis saber qual era
a razão que fazia com que pessoas idolatrassem tanto aquelas
músicas, mesmo anos e mais anos após o lançamento.
E não é que gostei? A energia que encontrei no rock era
diferente da que qualquer outro estilo já havia me
proporcionado.
A primeira banda que me
chamou atenção, que fez com que eu procurasse saber da
história e comprar um CD foi o U2. Eu sempre anotava o nome
das músicas quando o radialista falava. Quando prestei
atenção, eu estava com uma lista enorme e boa parte
delas era de um tal de “U2”. Então comprei meu primeiro
álbum, que foi o “The Best of 1980 – 1990”. Fiquei
encantada. Aos poucos, fui me tornando fã de verdade, lendo
sobre as histórias das músicas, da formação
da banda e algumas curiosidades.
Com o passar do tempo,
fui conhecendo melhor e me interessando por outras bandas como Pink
Floyd, Green Day, The Clash, Ramones, Iron Maiden, Pearl Jam,
Nirvana, dentre muitas outras. Eu comprava pilhas de fita K7, passava
horas sentada ouvindo as músicas que tocavam na rádio e
gravava as que mais me agradavam. E eram tantas! Tenho algumas delas
guardadas.
As letras do U2 e do
Green Day marcaram minha adolescência de uma forma muito
especial, eram minhas bandas favoritas e, até hoje, estão
na lista das que mais admiro. Elas representavam o que eu sentia e me
faziam refletir. Sem sombra de dúvidas, se eu sou uma pessoa
que consegue analisar e criticar algumas coisas, principalmente
referentes à sociedade, posso dizer que o rock foi um dos
grandes responsáveis por isso.
O tempo foi passando,
novas bandas entraram para o meu repertório, até que
descobri os Beatles. Não eram muitas as músicas deles
que tocavam na Rádio Cidade. Na verdade, não me lembro
de ter ouvido nenhuma e, se ouvi, não me liguei. Os conhecia
de nome e algumas músicas como Help, Twist and Shout, Hey Jude
e Yesterday, aquelas que a maioria já ouviu ao menos uma vez
na vida. Porém, tive a vontade de saber o que dava a eles o
título de maior fenômeno da música história
do pop. Acho incrível o fato de, mesmo 50 anos depois, eles
conseguirem atrair tantos fãs. Eles atravessaram gerações,
isso está nítido nos shows que Paul McCartney e Ringo
Starr fazem atualmente: famílias inteiras estão
presentes.
Provavelmente, sem não
fosse o rock, eu não ligaria muito para música. E sem
ela, minha vida seria completamente diferente, eu certamente não
teria outra válvula de escape para problemas, pelo menos não
tão eficiente. Talvez também não tivesse a mesma
visão de mundo. Para encerrar, deixo uma frase do Bono: “Music
can change the world because it can change people”.