quinta-feira, 3 de março de 2011

Nova fase: surge o famoso Sabbath com Dio
Essa expressão é engraçada. Soa engraçada.
Sabbath com Dio.
Quando estava aguardando o início do show do Scorpions, e algumas músicas iam rolando pra entreter a galera, as primeiras notas de Paranoid começaram a rolar, e um cara ali perto de onde eu estava ficou gritando durante a música inteira "Sabbath com Dio! Eu DJ! Sabbath Com Dio!"
Só um pequeno exemplo da marca profundo que o Sabbath com Dio deixou na história do Heavy Metal.

Assim, chegamos à segunda parte da biografia do Black Sabbath.
Paramos na saída do Mad Man, Ozzy Osbourne.
Ele foi despedido da banda, pois o seu uso abusivo de drogas estava prejudicando a banda, principalmente nas apresentações.
Tony Iommi declarou certa vez que era frustrante ver seu amigo Brian May, apavorando  por aí com sua banda, o Queen, cujo vocalista, o grandioso Freddi Mercury, apavorava com sua voz magnífica e sua presença inigualável, e o Sabbath tinha que se contentar com o Ozzy mal conseguindo cantar de tão chapado.

E na mesma época em que Ozzy era chutado do Sabbath, um certo vocalista aí, Ronnie James Dio, pedia as contas no Rainbow, a banda de Ritchie Blackmore.

E o Black Sabbath ficou desconcertado com a saída de Ozzy.
Se por um lado estava dificil com ele, era pior dificil se imaginar sem ele.
Na época Bill Ward deu entrevistas dizendo que não saberia o que seria da banda, e Geezer estava passando por problemas como depressão vício pesado em drogas.
Os únicos que queriam continuar com a banda eram Tony e Sharon Arden. É, a esposa do Ozzy. Na época ela e seu pai, Don Arden, eram os empresários da banda. Vale lembrar que Don Arden é uma das pessoas mais asquerosas da história da música.

Foi então que Sharon sugeriu conversar com o Dio. Era sabido que ele havia saído do Rainbow, e o cara era bom.
Por que não?!
Dizem que Tony tentou contactar Dio por telefone, mas ninguém atendeu. E ficou nessa mesmo.

Aí, por coincidência mais que conveniente, certa noite, alguns meses depois, em Los Angeles, Tony e Dio se encontraram.
A coisa aconteceu em um restaurante (que aliás pertencia a Ritchie Blackmore!).
Estavam lá Tony, Sharon e mais uns chegados, comendo um torresmo com chouriço e bebendo um canecão de Brahma Choppe quando viram que Dio também estava lá, com sua esposa Wendy.
Deve ter sido mais ou menos assim:
"Ow! Aquele doido ali num é o Dio?"
"Putz, é mesmo!"
"Vamo chamar o cara pra sentar com a gente, véy!"
"Psiu! Ow! Ow doido! Você aí, baixinho! Opa! Hehe! Chega ae!"
"E aê! Sussa?"

E Tony explicou sua situação com o Sabbath.
Dio se identificava com a sonoridade do Black Sabbath, e prova disso eram os covers que ele fazia na época em que cantava no Elf. Muitas vezes ele fechava a noite com War Pigs.
Depois de uma noite agradavel, no dia seguinte Tony ligou para Dio.
"Faaala, doido! Seguinte: to marcando com a molecada aqui na minha casa, vamo passar um som e talz... Num ta afim de colá aqui não? Vai ter umas beras e uns amendoins..."
Mesmo que a intenção não fosse trazer Dio para a banda imediatamente, já que ninguém sabia se o Black Sabbath continuaria, o que ele queria era tocar, fazer um som. Isso é muito bom.

E Dio topou, claro.
Conta-se que Iommi tocou um dedilhadinho, uma ideia para uma canção futura.
Dio: "Legal isso ae, mano!"
Tony: "Ow, valeu, hehe!"
Dio: "Curti mesmo. Vou ali e já volto"
Dio saiu da sala, e voltou minutos depois. Com uma letra escrita. Surge Children Of The Sea, um dos destaques do Heaven and Hell, o primeiro disco do Sabbath com Dio!

Sucesso novamente
Heaven and Hell é um álbum que teve muita influência na história do Metal. Foi um tremendo sucesso de vendas, e fez com que o Black Sabbath voltasse às paradas de sucesso. E os clássicos são excepcionais!
Neon Knights, Heaven and Hell, Die Young e Children Of The Sea são obras lembradas até hoje, só de pensar no álbum.

Dio, como era de se esperar, apavorou a galera nas apresentações. O baixinho tinha carisma! Além de cantar muitíssimo bem!
Algo também marcante foi o afastamento de Bill Ward, que passava por um momento ruim, com a perda dos pais e o alcoolismo. Para o substituir a banda escalou Vinny Appice, só para finalizar a turnê.
Aliás foi na turnê do Heaven And Hell que Dio tornou famoso o nosso unânime gesto dos chifres. \m/

E veio o Mob Rules. Além da faixa título, também é sucesso a incrível Country Girl, e The Sign Of The Southern Cross.
A turnê foi um sucesso, o Sabbath estava de volta nas paradas, mas as coisa não iam tão bem.
A banda acabou se separando em veteranos e novatos. De um lado Tony Iommi e Geezer, e do outro Mestre Dio e Appice, que acabou continuando na banda, e participou das gravações de Mob Rules.

Os problemas começaram a crescer.
Em 1980, ao lado de Heaven and Hell, um álbum não oficial chamado Live At Last, também fazia um seucesso tremendo. Era um bootleg gravado em 1973, com Ozzy.
Para não deixar barato, o Sabbath decidiu lançar um ao vivo oficial. Este seria o Live Evil, de 1982.

Tava feito o rebosteio!
O disco reúne os maiores sucessos do grupo. Porém este álbum só criou problemas.
Iommi e Dio se desentenderam durante a mixagem do disco, a ponto de ficarem sem se falar. Diz a estória, que de dia um vinha e mexia no voluma da guitarra e da voz, e de noite o outro vinha e ajustava ao contrário. Uma guerrinha de egos.

Esse desentendimento fez com que Dio saísse fora. E ele levou Appice junto.

Nascer de novo
E agora, maluco!?
Deu-se a m*rda no Sabbath. Totalmente instável.
Mas nada estava perdido.

Bill Ward retornou, para alegria da galera. Mas... e o vocalista?
Pois é.

Foi complicado. Iommi queria David Coverdale, mas o mestre das cocotas recusou.
Eis que eles se lembram do gritador insano Ian Gillan, que havia saído do Deep Purple, e estava livre, coçando.
E aqui mais uma história engraçada!

Dizem que Gillan se encontrou com Iommi num boteco, para falar disso. Ele acordou no outro dia, e seu empresário lhe contou que ele estava no Black Sabbath, mas ele não se lembrava de nada.
Tinha enchido a cara bonito, e não lembrava de nada da conversa que teve com Iommi. Na cachaça, Gillan é profissional!

Daí surgiu o mal-tratado e judiado Born Again. Um álbum muito bom, na minha opinião, ao contrário do que dizem. Gillan nunca havia cantado de forma tão insana, nem mesmo no famoso In Rock, do Purple. Podemos destacar Disturbing the Priest, Zero the Hero e Trashed.

Teve também o problema da capa, que gerou polêmica, o bebê possuído e malígno.

A formação durou até o fim da turnê, quando Gillan saltou de banda para voltar ao Purple.

Instabilidade e os anos de Tony Martin
No fim da turnê do Born Again, além do Gillan, Bill Ward também saiu novamente.
E a banda passou por um período de instabilidade crônica, com bateristas e baixistas diferentes, e pelo menos três vocalistas. Entre eles Ron Kell, e Dave Donato.
Todos esses problemas encheram o saco de Geezer, que largou os bets e saiu fora também.

Finalmente o ex vocalista e baixista do Purple, Glenn Hughes, foi admitido como vocalista, e Dave Spitz ficou no baixo.
Para a bateria foi escalado ninguém menos que Eric Singer.

Foi assim que nasceu o Seventh Star, de 1986. Apesar dessa baderna toda, o álbum foi muito bem aceito pelos fãs. Mas é apenas um disco solo do Tony Iommi, que saiu com o nome de Black Sabbath featuring Tony Iommi por razões contratuais. Um bom disco solo de Toninho da Guitarra.

Hughes precisou sair da banda no começo da turnê, por problemas na voz, e em seu lugar entrou Ray Gillen, que permaneceu até o meio do processo de gravação do próximo álbum, o Eternal Idol, que conta com o baterista Bev Bevan e o baixista baixista Bob Daisley.

Ray Gillen saiu, e em seu lugar entrou Tony Martin.
Sua performance em Eternal Idol rrecebeu críticas bastante positivas.
E pessoalmente acho que o Tony Martin é dono de uma voz e de uma técnica inigualáveis!

A banda seguiu por momentos estranhos, com a formação mudando a todo momento. Um monte de músicos passaram pelo Sabbath.
E mesmo com essa aparente instabilidade, eles conseguiram lançar o aclamado Headless Cross, que rendeu um vídeo que aparecia direto na MTV, e uma turnê de sucesso.
E para coroar a boa época, veio o álbum Tyr, que vendeu tão bem quanto o anterior, e nos mostrou ainda mais o poder de Tomy Martin.

Amigos da antigas
Iommi achou que seria legal se reunir com a galera do passado, e passar por cima de alguns problemas de convivência.
Convidou seus amigos do Mob Rules, Geezer Butler, Ronnie James Dio e Vinny Appice, chutou os membros atuais, e com essa formação nova/velha gravou o excelente Dehumanizer, que além do sucesso obtido com músicas como After All (The Dead) e TV Crimes, rendeu uma turnê e tanto, que passou pelo Brasil, em 1992.
E no fim da Turnê, foram arranjadas duas apresentações nas quais Ozzy seria o vocalista.

Dois shows de reunião das antigas.
Mas Dio não curtiu e saiu fora de novo.
E no fim Iommi ficou sem Dio e sem Ozzy, e para estas duas apresentações, contou com a ajuda de Rob Halford.

E para o próximo álbum, volta a formação do Tyr, e com Tony Martin arrepiando a espinha da galera com seu vocal matador, veio o Cross Purposes, meu favorito da era Tony Martin.

Essa formação rendeu ainda mais um álbum, Forbidden, de 1995, o último lançamento inédito com o nome Black Sabbath.
A partir daí, o que se viu do Sabbath foram algumas coletâneas e algumas participações no Ozzfest, o festival de metal do Ozzy.

Heaven & Hell
Quando todos esperavam a capitulação da banda, depois de tanta inatividade criativa, eles ressurgiram, com a formação do clássico Heaven And Hell, Iommi, Dio, Butler e Ward.
Deixando o nome Black Sabbath de lado, eles optaram por Heaven & Hell.
Excurcionaram durante o fim de 2006, até que no fim deste ano Ward saiu, por causa do nome novo, segundo dizem alguns.
E adivinhem quem veio para seu lugar?! Ele, nosso amigo Vinnie Appice!

"Legal eles estarem tocando junto! Mesmo! Mas... não vai durar muito, e não vai sair disso..."

Mentira!
The Devil You Know, na cara de todo mundo! Um disco sublime, escuro, pesado, luxuoso, robusto, formidável... Adjetivos positivos não faltam.

E aí vieram o períodos de babaquice.
Ozzy entrou na justiça contra Iommi por causa do nome do Sabbath.
Iommi havia registrado a propriedade do nome da banda para si. Só. É injusto, poxa vida! Todos os integrantes originais deveriam ter esse direito, e receber a grana devida pela marca.
Então é justo o Ozzy reclamar.
Bem, seria, se ele não estivesse exigindo 50% dos lucros e da propriedade do nome, alegando no processo que foi a sua voz "super sensacional mais incrível do mundo" que conquistou a fama para o Sabbath.
Faça-me o favor!
Presunçoso é pouco.
Ano passado, em junho, o processo foi encerrado, mas ninguém sabe qual foi o acerto.

Falecimento do Mestre
E tudo ia bem, até que em maio de 2010 o mundo da música perdeu o grande Mestre Dio, que falaceu vitima de câncer, aos 67 anos.

De lá para cá o futuro da banda é incerto, tanto do Heaven & Hell, quanto do Black Sabbath.
Especulações conta sobre negociações para que a formação original de reúna, e grave um álbum inédito, mas Butler colocou água na cerveja da molecada, e declarou que não haverá nada de formação original nenhum. E ponto final.
Algumas especulações também falam de união da turma do Sabbath com Halford, quando este finalizar a turnê de despedida do Judas Priest. Nada certo.

Agora o que nos resta é o legado monstruoso e incrivelmente vasto desta banda incrível, que influenciou gerações ao longo destas quatro décadas.

Esta foi a biografia da grande banda Black Sabbath.
Ficamos agora com mais três sonzeras!
Ouçam, curtam, comprem os vinis, batam suas cabeças!
\m/
Nós, fãs de Heavy Metal, somos o que somos graças a eles.








Fontes:
Eu Sou Ozzy - Ozzy Osbourne
Wikipedia
Whiplash
Delfos

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