“Ah, que saudade do rock nacional de alguns anos atrás!”
Várias
pessoas já me disseram que sentem falta do antigo rock
nacional, daquele sempre bom, atual e nada empoeirado rock
brazuca das décadas de 1980 e 90. Ele ainda é parte da playlist de muita gente. De fato, meu saudosismo faz
com que eu tenha o mesmo sentimento. Porém, não vejo o
rock e suas vertentes, assim como outros estilos musicais nacionais, como algo decaído, que vem regredindo com o passar
dos anos.
Vejo que o
espaço é cedido, boa parte das vezes, à bandas,
artistas (ou pseudo-artistas) que nem sempre agradam aos ouvidos mais
exigentes, assim como não agradam a pessoa que vos escreve.
Mas existe muita coisa boa espalhada pelos quarto cantos deste país.
Infelizmente, sem o reconhecimento merecido. É grande o número
de bandas independentes que carregam uma bagagem repleta de
criatividade, inovação e música de qualidade.
Vamos
combinar, isso não está acontecendo apenas em terras
tupiniquins. O underground está aí, na garagem do seu
vizinho, mas sabemos que, muitas vezes, quem conquista espaço e milhões de fãs é o modismo. Talvez isso faça com que
pessoas acabem vendendo seu talento para a indústria
fonográfica, em busca de um sonho, como uma penca de artistas
do universo pop, que trocam originalidade por sucesso mundial. O
problema não é a falta de produção, mas a
falta do interesse em divulgar.
É
quase sempre a mesma coisa, o mesmo padrão. Por isso existem
os “reclamões” de plantão. Para ilustrar, vale
fazer uma rápida viagem ao longo dos anos do rock brasileiro,
observando seus tentáculos. Também é válido ressaltar algo curioso:
durante a pesquisa que fiz, notei que todas as fontes citam nomes de
artistas e bandas até a década de 1990. Não li
nenhum nome que tivesse surgido nos anos 2000. Engraçado, não?
Tudo começou
na década de 1950, com cantores populares como Nora Ney e
Cauby Peixoto. O rock invadiu rádios e televisores, Celly
Campello estourou com “Banho de Lua” e “Estúpido Cupido”
no início dos anos 60. Depois surgiu a Jovem Guarda com
cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que,
rapidamente, conquistaram os ouvidos dos jovens com suas letras
românticas e um ritmo mais acelerado; a Tropicália e o
som de garagem com seu yeah-yeah-yeah, guitarras distorcidas e
contestações.
A década
de 1970 foi marcada pelo início dos grandes shows — em casas
de espetáculos, ginásios e até mesmo ao ar livre
— e por nomes como Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Os anos
80 chegaram com tudo e, com ele, artistas de peso trazendo o punk, o
new wave e o reggae. Nossa música era produzida por: Blitz,
Ultrage a Rigor, Legião Urbana, Camisa de Vênus, Titãs,
Kid Abelha, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Engenheiros
do Hawaii, RPM, Lulu Santos, Lobão, Ritchie, Capital Inicial,
Plebe Rude, Leo Jaime, Roupa Nova, Garotos Podres, Heróis da
Resistência, Rádio Taxi, Ratos de Porão, Biquini
Cavadão, Ira!, Nenhum de Nós e muitos outros. Grande
década, foi a época em que rock n' roll brasileiro
estourou pela última vez.
Nos anos
seguintes, novas bandas surgiram. Em menor número, porém
com estilos e conteúdos musicais diferentes: Raimundos, Skank,
Jota Quest, O Rappa, Charlie Brown Jr, Cássia Eller, Los
Hermanos e o queridíssimo fenômeno denominado Mamonas
Assassinas. O tempo foi passando e bandas como CPM22 e Detonautas
Roque Clube.
Um salve
para o heavy metal, que nos apresentou bandas maravilhosas: Shaman,
Sepultura, Hangar, Angra, Mindflow, Burning in Hell, Dr. Sin, entre
outras. Porém, após tantos videoclipes atuais de boas
bandas passando nos canais de música, eu me pergunto: e o rock
nacional? Cadê? De uns 5 anos pra cá, me faço
essa pergunta.
Antigamente,
quando uma pessoa queria ouvir música nova e de boa qualidade,
ela recorria às rádios, aos programas de TV, enfim, era
algo fácil de se encontrar porque havia um boom de novos
nomes, que eram sinônimo de criatividade. Hoje em dia, elas
podem ser encontradas no Youtube, existem canais que proliferam
originalidade.
Não
faltam músicas de boa qualidade, o que falta é a divulgação.
O rock não morreu, muito menos o nacional. Aproveitando o
assunto, vou deixar uma dica para quem quer ter o trabalho divulgado
por ouvidos de milhares de pessoas Brasil afora. A Rádio Rock
está apostando no bom rock brasileiro. Dia 27/01 eles vão
estrear o programa “Temos Vagas”, que irá ao ar todo
domingo, as 21 às 22h. Para sua banda enviar material, basta
clicar aqui. As músicas
serão tocadas no programa e podem até entrar na
programação da rádio. É uma bela
iniciativa!
Para
finalizar, vou compartilhar um link com vocês. Encontrei uma
reportagem interessante no site do Estadão que vale a pena
conferir. Criticada por uns e idolatrada por outros, ela diz que, de
acordo com um estudo, a música atual é mais “chata”,
que ela subiu de volume e mudou somente no sentido de tornar-se mais
homogênea. Confira a matéria aqui.
por favor somente não coloque na lista este tal de Restart que nem é uma banda direito.
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