terça-feira, 15 de janeiro de 2013



“Ah, que saudade do rock nacional de alguns anos atrás!”

Várias pessoas já me disseram que sentem falta do antigo rock nacional, daquele sempre bom, atual e nada empoeirado rock brazuca das décadas de 1980 e 90. Ele ainda é parte da playlist de muita gente. De fato, meu saudosismo faz com que eu tenha o mesmo sentimento. Porém, não vejo o rock e suas vertentes, assim como outros estilos musicais nacionais, como algo decaído, que vem regredindo com o passar dos anos.

Vejo que o espaço é cedido, boa parte das vezes, à bandas, artistas (ou pseudo-artistas) que nem sempre agradam aos ouvidos mais exigentes, assim como não agradam a pessoa que vos escreve. Mas existe muita coisa boa espalhada pelos quarto cantos deste país. Infelizmente, sem o reconhecimento merecido. É grande o número de bandas independentes que carregam uma bagagem repleta de criatividade, inovação e música de qualidade.

Vamos combinar, isso não está acontecendo apenas em terras tupiniquins. O underground está aí, na garagem do seu vizinho, mas sabemos que, muitas vezes, quem conquista espaço e milhões de fãs é o modismo. Talvez isso faça com que pessoas acabem vendendo seu talento para a indústria fonográfica, em busca de um sonho, como uma penca de artistas do universo pop, que trocam originalidade por sucesso mundial. O problema não é a falta de produção, mas a falta do interesse em divulgar.

É quase sempre a mesma coisa, o mesmo padrão. Por isso existem os “reclamões” de plantão. Para ilustrar, vale fazer uma rápida viagem ao longo dos anos do rock brasileiro, observando seus tentáculos. Também é válido ressaltar algo curioso: durante a pesquisa que fiz, notei que todas as fontes citam nomes de artistas e bandas até a década de 1990. Não li nenhum nome que tivesse surgido nos anos 2000. Engraçado, não?


Tudo começou na década de 1950, com cantores populares como Nora Ney e Cauby Peixoto. O rock invadiu rádios e televisores, Celly Campello estourou com “Banho de Lua” e “Estúpido Cupido” no início dos anos 60. Depois surgiu a Jovem Guarda com cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que, rapidamente, conquistaram os ouvidos dos jovens com suas letras românticas e um ritmo mais acelerado; a Tropicália e o som de garagem com seu yeah-yeah-yeah, guitarras distorcidas e contestações.


A década de 1970 foi marcada pelo início dos grandes shows — em casas de espetáculos, ginásios e até mesmo ao ar livre — e por nomes como Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Os anos 80 chegaram com tudo e, com ele, artistas de peso trazendo o punk, o new wave e o reggae. Nossa música era produzida por: Blitz, Ultrage a Rigor, Legião Urbana, Camisa de Vênus, Titãs, Kid Abelha, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, RPM, Lulu Santos, Lobão, Ritchie, Capital Inicial, Plebe Rude, Leo Jaime, Roupa Nova, Garotos Podres, Heróis da Resistência, Rádio Taxi, Ratos de Porão, Biquini Cavadão, Ira!, Nenhum de Nós e muitos outros. Grande década, foi a época em que rock n' roll brasileiro estourou pela última vez.


Nos anos seguintes, novas bandas surgiram. Em menor número, porém com estilos e conteúdos musicais diferentes: Raimundos, Skank, Jota Quest, O Rappa, Charlie Brown Jr, Cássia Eller, Los Hermanos e o queridíssimo fenômeno denominado Mamonas Assassinas. O tempo foi passando e bandas como CPM22 e Detonautas Roque Clube.  

Um salve para o heavy metal, que nos apresentou bandas maravilhosas: Shaman, Sepultura, Hangar, Angra, Mindflow, Burning in Hell, Dr. Sin, entre outras. Porém, após tantos videoclipes atuais de boas bandas passando nos canais de música, eu me pergunto: e o rock nacional? Cadê? De uns 5 anos pra cá, me faço essa pergunta.

Antigamente, quando uma pessoa queria ouvir música nova e de boa qualidade, ela recorria às rádios, aos programas de TV, enfim, era algo fácil de se encontrar porque havia um boom de novos nomes, que eram sinônimo de criatividade. Hoje em dia, elas podem ser encontradas no Youtube, existem canais que proliferam originalidade.  

Não faltam músicas de boa qualidade, o que falta é a divulgação. O rock não morreu, muito menos o nacional. Aproveitando o assunto, vou deixar uma dica para quem quer ter o trabalho divulgado por ouvidos de milhares de pessoas Brasil afora. A Rádio Rock está apostando no bom rock brasileiro. Dia 27/01 eles vão estrear o programa “Temos Vagas”, que irá ao ar todo domingo, as 21 às 22h. Para sua banda enviar material, basta clicar aqui. As músicas serão tocadas no programa e podem até entrar na programação da rádio. É uma bela iniciativa!


Para finalizar, vou compartilhar um link com vocês. Encontrei uma reportagem interessante no site do Estadão que vale a pena conferir. Criticada por uns e idolatrada por outros, ela diz que, de acordo com um estudo, a música atual é mais “chata”, que ela subiu de volume e mudou somente no sentido de tornar-se mais homogênea. Confira a matéria aqui



1 comentários:

  1. por favor somente não coloque na lista este tal de Restart que nem é uma banda direito.

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