terça-feira, 9 de agosto de 2011

Chegamos ao fim da série A Formação do Gosto Musical! Agradecemos ao blogueiro Rodrigo Nogueira do blog Sons, Filmes & Afins, pela oportunidade de divulgar um conteúdo rico em reflexão, e que nos ajuda a compreender por base de teorias como que funciona esse processo tão complexo de criação de gostos musicais.


Esperamos que vocês, caros leitores, tenham aproveitado bem a leitura dessa série. Podem ficar à vontade para enviar seus comentários caso tenham gostado das teorias aqui abordadas.





Como vimos, a formação do gosto musical não é um assunto simples, nem tampouco trivial. Vários elementos estão envolvidos, dentre eles destaco:

A personalidade do indivíduo;
A estruturação da música;
A influência do ambiente;
O nível cultural;
O grau de tolerância;
O interesse;
A experiência associativa.

 - Para a boa compreensão deste artigo, é imprescindível a leitura prévia da serie, caso ainda não tenha lido, utilize o link abaixo:

Serie "A Formação do Gosto Musical"



Percebemos que o gosto começa a ser formado antes mesmo de nascermos, e que pode ser um processo constante até o final da vida, porém, encontra alguns impedimentos, como a diminuição da cognição em decorrência da velhice, os preconceitos e o baixo nível cultural.

A proposta da serie não é moldar gostos e nem dizer o que é certo ou errado, apenas procurar refletir sobre o tema e convidar o leitor a debatê-lo.

Minha posição pessoal é que quando interrompemos nossa formação do gosto ou a restringimos a poucos estilos musicais, estamos limitando nosso potencial apreciativo e deixando de aproveitar os benefícios que todos os estilos, de uma forma ou de outra nos proporcionam. Entretanto, não prego o "gosto universal", ou seja, gostar de tudo. Penso que os indivíduos expressam suas personalidades também em relação às músicas e estilos que compoem seu gosto pessoal.

Essa visão parece ser contraditória, mas não é. Posso aproveitar o que uma música proporciona de bom sem necessariamente gostar dela. Em meu ponto de vista, há três formas de se apreciar música:

1- Com a cabeça - como vimos na parte 7 da série: Erudição
2- Com o coração - como vimos no decorrer da serie, principalmente na parte 5: Associação
3- Com o corpo - essa é a forma menos apreciada pelos ditos "intelectuais" da música. É notável como algumas pessoas perdem a oportunidade de apreciar música dessa saudável  forma. Alegam tratar-se de músicas alienadas e simplórias - dignas do populacho ignorante. Sim, podem ser simplórias em sua estrutura, podem não tratar de nada relevante; mas divertem, alegram, empolgam - isso afinal, não seriam méritos?


Critico aqui no blog quando apenas esse tipo de música que envolve a "audição com o corpo" se sobressai, não os artistas ou as músicas, mas sim o fato delas se sobressaírem frente às demais, causando até sua segregação completa, como se não existissem! A maior causa disso é a manipulação da mídia, porém ela só é possível graças a precária educação em nosso país, que simplesmente cancelou o ensino musical e artístico nas escolas públicas; atitude que logo foi seguida pela maioria das instituições de ensino particulares.


O estudo das artes trás vários benefícios, os mais importantes, sem dúvida são o desenvolvimento do senso crítico e o poder de avaliação. Sem esses recursos, não passamos de massa de manobra!

Finalizo agradecendo aos caros leitores que participaram dessa serie, seja lendo ou também entrando no debate. Não tive a pretensão de trazer verdades incontestáveis, apenas o fruto de minhas experiências e leituras. Espero que o conteúdo tenha sido de alguma valia para sua reflexão e que, concordando comigo ou não, que você continue se divertindo ouvindo música!

Abraços!!

Rodrigo Nogueira;

Equipe do blog Comissão do Rock



   O AUTOR:
Rodrigo Nogueira foi professor de teoria e percepção musical, história da música e saxofone e atualmente é administrador de empresa e estudante de filosofia na USP





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