segunda-feira, 9 de maio de 2011


O Jazz é um estilo musical bastante harmônico. É uma manifestação artístico-cultural originária dos Estados Unidos,  por volta do início do século XX, na região de Nova Orleans e em suas proximidades. Assim como o Blues, o Jazz é um dos estilos musicais herdados da cultura afro-americana, e esses negros traziam consigo um idioma musical africano que se traduzia pelo estilo spirituals (canções de sentimentos religiosos).

O Jazz também foi um estilo bastante comum nas Work Songs ou Field Holler, nomes esses que especificavam as canções entoadas pelos trabalhadores escravos dos campos da algodão. Também era tocado por bandas de negros que acompanhavam funerais em Nova Orleans, tocando hinos e lamentos a caminho do cemitério. Na volta, tocavam os mesmos hinos, mas com uma roupagem menos fúnebre e mais "jazzística", além de temas de ragtime e mesmo versões sincopadas de marchas populares, mais alegres.

Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.

As origens da palavra Jazz são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O Jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".
Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o Jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop de meados da década de 1940, o Jazz latino das décadas de 1950 e 1960, e o Fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o Jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo assim uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.
Escravos em plantação de algodão, séc. XX.
O improvável berço da música.

Enquanto o jazz pode ser de difícil definição, improvisação é claramente um dos elementos essenciais. O blues mais antigo era habitualmente estruturado sob o repetitivo padrão pergunta e resposta, elemento comum em músicas tradicionais. Uma forma de música tradicional que aumentou em parte devido as canções de trabalho e field hollers. No blues mais antigo a improvisação era usada com bastante propriedade.
Essas características são fundamentais para a natureza do jazz. Enquanto na música clássica europeia elementos de interpretação, ornamento e acompanhamento são, às vezes, deixados a critério do intérprete, o objetivo elementar do intérprete é executar a composição como está escrita. No jazz, entretanto, o músico irá interpretar a música de forma peculiar, nunca executando a mesma composição exatamente da mesma forma mais de uma vez.
Dependendo do humor e da experiência pessoal do intérprete, interações com músicos companheiros, ou mesmo membros do público, um intérprete/músico de jazz pode alterar melodias, harmonias ou fórmulas de compasso da maneira que achar melhor. No Dixieland Jazz, os músicos revezavam tocando a melodia, enquanto outros improvisavam contra melodias. A música clássica da Europa tem sido conhecida como um meio para o compositor. Jazz ,contudo ,é muitas vezes caracterizado como um produto de criatividade democrática, interação e colaboração, colocando valor igual na contribuição do compositor e do intérprete.
Na era do swing, big bands passaram a ser mais baseadas em arranjos musicais - os arranjos foram tanto escritos como aprendidos de ouvido e memorizados (muitos músicos de jazz não liam partituras). Solistas improvisavam dentro desses arranjos. Mais tarde no bebop, o foco mudou para os grupos menores e arranjos mínimos; a melodia (conhecida como "head") era indicada brevemente no início e ao término da música, e o âmago da performance era uma série de improvisações no meio.
Estilos de jazz que vieram posteriormente, tais como o jazz modal, abandonando a noção estrita de progressão harmônica, permitindo aos músicos improviso com ainda mais liberdade, dentro de um contexto de uma dada escala ou modo (ex.: "So What" no álbum do Miles DavisKind of Blue).
Música "So What" no pentagrama
Miles Davis
As linguagens avant-garde jazz e o free-jazz permitem, e exigem, o abandono de acordes, escalas, e métrica rítmica, o grupo Das erste Wiener Gemüseorchester é um exemplo defree-jazz. Quando um pianista, violonista ou outro instrumentista com instrumentos harmônicos, improvisam um acompanhamento enquanto um solista está tocando, isso é chamado de comping (contração da palavra "accompanying"). "Vamping" é um modo de comping que é normalmente restrito a poucos acordes repetitivos ou compassos, como oposição ao comping na estrutura do acorde ao longo da composição. O Vamping também é usado como uma maneira simples de estender o começo ou fim de uma música ou continuar uma segue.
Em algumas composições modernas de jazz, onde os acordes fundamentais da composição são complexos ou de mudança rápida, o compositor ou o intérprete podem criar uma série de "blowing changes", que é uma série de acordes simplificada, melhor aplicada em comping e no improviso solo.

Décadas de 1920-1930

A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 a 1933, resultou na criação dos speakeasies, locais onde a bebida era vendida ilegalmente. Esses estabelecimentos acabaram sendo grandes difusores do Jazz, que, por isso, ganhou a reputação de ser um estilo musical imoral.
Nesse período, em 1922, a Original Creole Jazz Band se tornou a primeira banda de Jazz de músicos negros de Nova Orléans a fazer gravações.[No entanto, era Chicago o novo centro do desenvolvimento do Dixieland, porque lá se juntaram King Oliver Bill Jonhson. Naquele ano Bessie Smith, famosa cantora de blues, também gravou pela primeira vez.
Louis Armstrong, um dos cantores mais famosos do Jazz
Bix Beiderbecke formou o grupo "The Wolverines" em 1924. No mesmo ano Louis Armstrong se tornou solista da banda de Fletcher Henderson por um ano e depois formou o seu próprio grupo, o Hot Five. Jelly Roll Morton gravou com os New Orleans Rhythm Kings, e em 1926 formou os Red Hot Peppers. Na época havia um grande mercado para a música dançante influenciada pelo Jazz tocada por orquestras de músicos brancos, como a de Jean GoldKette e a de Paul Whiteman. Em 1924 Whiteman pediu ao compositor George Gershwin que ele criasse um concerto que misturasse características de Jazz com a música clássica, o que resultou na famosa Rhapsody in Blue, que foi executada na première o concerto An Experiment in Modern Music, regido por Whiteman.

Surgimento do Rock

No final das década de 1960 e início dos anos setenta, o rock desenvolveu diferentes subgêneros. Quando foi misturado com a folk music ou com o blues ou com o jazz, nasceram o folk rock, o blues-rock e o jazz-rock respectivamente.


Os outros estilos vocês verão e breve aqui na série mensal As várias faces do Rock, Aguardem!


FONTES:


WIKIPÉDIA
100 ANOS DE MÚSICA


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DMCA.com

2 comentários:

  1. Legal sua iniciativa em divulgar o jazz em um blog sobre rock, mostra um certo desprendimento e reconhecimento das origens do estilo que você gosta, no caso o rock. Acredito que terá um vasto e rico universo a explorar se buscar a trilha do jazz.

    Na tentativa de contribuir, gostaria de fazer algumas observações:

    O estilo musical que surgiu nos campos de algodão (work songs) foi o blues, claro que ele foi elemento bastante importante para a origem do jazz e, embora no começo, os dois estilos musicais não tivessem uma separação muito nítida, o jazz teve sua origem mais ligada ao porto de New Orleans com a mistura de diversos estilos de músicas folks trazidas dos imigrantes (negros e brancos), conforme apresenta o excelente documentário do pesquisador e jornalista Ken Burns (vale a pena conferir!)

    O rock, em sua origem, recebeu muitos elementos do jazz, assim como do blues - pricipalmente do boogie woogie e outros. O jazz-rock, na verdade é um subgênero posterior, quando o rock já era fato e trouxe mais elementos do jazz que acaba se destacando. O fusion também mistura rock com jazz, mas não se limita a isso, também inclui o R&B e o funk em sua fórmula.

    Fiquei na dúvida quando começa seu texto dizendo que o jazz é um estilo musical bastante harmônico. Não entendi se você se refere ao fato de ele ser estruturado na harmonia tradicional ou funcional (o que em ambos os casos seria um engano, pelo menos na maioria dos subgêneros do jazz), ou se está se referindo ao termo pelo senso comum, ou seja, de que os sons seriam "bem encaixados" (o que também seria um equívoco, principalmente no que se refere ao free jazz ou ao avant-garde).

    Desculpe se me estendi.

    Abraço

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  2. Obrigado pelo comentário, Rodrigo.
    É mais ou menos esse tipo de participação que esperamos dos nossos leitores. Gostamos quando eles interagem com nossos posts, porque assim a gente tem uma troca interessante de conteúdo, e a gente acaba aprendendo mais com a informação do outro.

    Eu lamento pelos equívocos no meu texto. Não sou um grande conhecedor do estilo, e tentei expor a história do jazz, um dos estilos que deu o surgimento ao rock, baseado em informações de outros sites, tentando fazer uma interpretação própria do tema.

    Se você quiser, posso dar a oportunidade para você escrever um post aqui, falando mais amplamente sobre o estilo, contibuindo com informações interessantes sobre cantores, músicas e momentos marcantes do Jazz. Não pude fazer isso da melhor maneira, porque sou meio leigo no assunto.

    Abraços

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